quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Mudanças

Palavras que nunca entenderás,
mesmo que leies.
Palavras com as quais nunca te preocuparás. 
Talvez adies.
Adias enquanto houver amanhã,
nesse esperançoso amanhã preferes resolver.
E é tão feio de ver.
Triste de recordar.
No entanto quase que indiferente já.

Não crês nas Escrituras,
dizes ser mero livro antigo e de homens
mas te delicias e não duvidas
de todo o Horóscopo.

E eu vejo,
e eu sinto pena,
mas também raiva.
E vejo o que nunca pensei ver
há 5 anos atrás.
Não vejo a mulher que me defendeu uma vez no autocarro.
Ou a que me ensinava os trabalhos de casa difíceis.
A que me fazia rir, e tinha graça.
A que não se importava se a achassem antiquada.
Aquela que só chorava em casa.
Que sempre resolvia um problema.
E em criança eu esperava para chegar da escola,
brincar sem ti não tinha piada,
no entanto muitas vezes chegavas cansada,
ias estudar e eu respeitava.
Ia fazer uma coisa qualquer, com menos sorriso claro.
Agora não és mansa,
agora não és a mesma!

"Por favor nunca mudes
Porque eu gosto de ti assim"

Lembraste?
Pois, desobedeceste...
Nunca se desobedece a um por favor,
mesmo que dito em rap.
Não te lembravas eu sei.
E vais lembrar e esquecer.

Odeio mudanças.

Odeio lembrar, odeio comparar.
Porque mudaste?
Porque teimo em ver o que eras?
E porque teimas em ser quem não és?

Onde foi essa força?
Não a física, a garra,
a decisão!
Deixaste-a fugir?
Preferes não pensar,
não lembrar!
Não queres chorar,
não queres lamentar
não conseguires voltar a ser quem eras.
Não queres, porque tu já nada assumes!
Culpada tu?
Em parte sei que sim.

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