terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O que resta?

Já não há vida sem os analgésicos,
sem as gotas, as pílulas,
mas ainda existem rastos amnésicos,
rastos de memórias ocultas.

Acho que não é minha culpa,
meu coração ganhou livre arbítrio,
decidindo amar-te incansavelmente.
Realmente acho que não é minha culpa,
o coração tornou-se mais rítmico
e fugiu para perto de ti provavelmente.

Esses ficheiros ocultos
que eu teimo em tentar recordar,
mas já são apenas vultos
que facilmente se deixam apagar.

E o que restaria se eu te esquecesse?
Uma solidão grande como o sol...
Parece que nos cabe na mão,
mas só porque está longe,
perto nunca pode ficar.
E é assim. E a culpa não é minha,
eu só queria um abraço longo,
um pescoço para me enroscar,
um palpável refúgio.
Só uns minutos,
para reabastecer-me de força
e despejar algumas lágrimas.
Alguém?

Hum ok.
Já sabia a resposta...
Porque perguntei?

1 comentário:

  1. Você, sempre consegue colocar em prosa, a poesia que minha alma sente. E faz isso sem siquer saber que existo. Obrigado. Acho que apenas isso pode definir essa sensação de preenchimento que me fazes sentir. Obrigado.

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