segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Validade

Nunca pensei que houvesse
prazo de validade em nós,
como nos chocolates,
nas massas, no arroz.
Parecia vitalício,
parecia tão verídico!
Sem ti realmente o sorriso se intimida,
e abre-se uma imortal ferida.
A qual eu não sei lidar.

Cada mexer dos ponteiros
nos distancia.
Cada piscar de olhos
faz a ti insensível a mim,
e apaga-me aos poucos.

O olhar indiferente,
outrora tão presente,
faz-me sentir uma parva,
uma parva sem provas,
e que já não sabe se as recordações são reais.

As marcas no coração ninguém vê,
as cartas magoadas ninguém lê.

1 comentário: