segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ainda viva

Ainda viva eu lembro
o frio da lareira 
em cada noite sem ti,
eras deslumbrante 
e à tua beira
nada me assustava,
agora é alarmante.

A noite e os ruídos estranhos
arrepiam-me e fazem-me desistir
de avançar nessa escuridão,
onde monstros parecem esperar
a distância certa para atacar.

Tentando roubar garra
a mim mesma
percebo que estou presa,
e não dá para recuar,
então o coração parece que cai,
ou pelo menos engorda e fica difícil sustentar!
Porque não trouxe eu uma faca?
Malditas plantas que me agarram,
animais se aproximam
e o maldito pé não sai do sítio!
O rosnar de algo me ameaça,
o pânico me domina
ao tornar-me caça
que grita em vão.
Mastigar esfomeado me arranca pedaços.
Porque tem de doer tanto?
Mas nisto perco os sentidos.

Alguns passos mais se aproximam,
deve haver suficiente carne para estes.
Devoram até querer.
Sempre fizeram o que quiseram.
Se estivesses comigo o que aconteceria?
O mesmo.
Não deixaria eles devorarem-te.

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