terça-feira, 31 de julho de 2012

Pausa infinita

Vim de longe,
do brilho dos teus olhos.
E fui para longe,
o brilho de nenhuns olhos,
brilho escuro e frio,
onde eu peço socorro
e ninguém ampara,
onde quase morro
e é aí que vens,
o céu se aclara,
e a alegria é tanta 
que não consigo agarrar
e foge-me.

Ela foge sempre.
Correr atrás dela é tão cansativo,
parece tão inútil.




E ela corre sempre.
Para ela não é cansativo.
Isto deve ser inútil,
pensei e dizem.
Mas se não correr para aqui
correrei para onde?
Para o fracasso?
As riquezas?
Oh, deixem-me,
deixem-me tranquila,
ou só eu aprecio
umas boas horas de sossego?



Uma pausa infinita 
eu preciso,
uma música bonita
para tapar o ouvido,
e o pensamento
que raro deve ser ouvido.

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