terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pintado

Talvez a mais louca de todas,
talvez uma fábrica de palavras tolas
enterradas na areia que pisas
sem preocupação.
Eu era a estrada que agora precisas,
mas foste sem noção,
precipitado
e eu ainda mais,
mas agora sem ti a meu lado
frequento menos os hospitais.

Tenho o coração pintado
de vivo encarnado,
sua cor natural é passado
que desbotou e que lá ficou.

Escondida de mim mesma
tento encontrar-me
já que não sei quem sou,
e pouco me resta,
e pouco de mim quero,
e sinto que já nem o vento
me quer acariciar,
tanto que já nem o tento
convidar.

A pintura não resolveu,
não animou, não disfarçou,
talvez até me tornasse mais tóxica...

Recordações de ti ficam.
Os corações esticam
e cobrem as tristezas,
mas só quando damos oportunidade.

Porque eu não quero dar?

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