sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Não contes

Não contes a ninguém
para não te chamarem mentiroso.
Não, mesmo que isso te ponha nervoso,
sabes que não podes contar,
só eu poderia e não faço.
Se te esforças e ninguém repara no esforço
isso é bom, sabes esconder teus limites.
Mas muitas vezes esforçamo-nos
para algo impossível
e como prémio vem o dano,
nada esperado, mesmo que óbvio.
Depois vem o desejo de ser invisível,
mas sem deixar de ser humano.

Quando as doenças crônicas tiverem cura
terás a certeza que sou toda tua,
mas nessa altura deixam de ser crônicas,
imediatamente minha mente imediata
detecta a cura e a acata,
com a maior lata
que há neste planeta.
Parece que não tens oportunidade,
não contes os anos que nos separam,
talvez não seja apenas a diferença de idade
que me diz que esses olhos não me amam.

1 comentário:

  1. Um poema tecido de perspicácia, inteligência, ironia, num jogo de como de acreditar desacreditando...
    Gostei!

    Bj

    ResponderEliminar