segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prisão

Gosto de sentir o teu cabelo nos meus dedos,
sim é o meu, mas disseste que eu era tua
e que não havia segredos,
mas afinal tudo é um segredo,
arrisco até a dizer que é uma mentira,
mas na cegueira tão popular
ignorei os negativos pensamentos
sempre que de ti se tratava
e agora aqui no bar
medito nos momentos,
memoráveis até certo ponto,
para ti foram maçadores,
os apaixonados são lentos,
a entender quando são incorrespondidos
e toda a falsa esperança
é motivo de certeza,
mas isto foi uma dança
que só para um teve beleza,
um sozinho imaginou tudo,
parecendo tão real
lá no interior mundo,
mas era tudo tão bom,
parecia tudo irreal,
e naturalmente que o era.
Depois acordamos
e pode haver dificuldade
em controlar uma fera
que desapercebida "auto-feriu-se",
e não sabe "auto-curar-se".

Algemada ao nada
sinto-me aprisionada,
mas abraço a estrada,
apesar de estreita
caminho pelo caminho,
embora esfolando os ombros
corro ainda menos devagarinho,
fogem de mim os pombos,
meus pés mal tocam o chão,
preciso àgua e não trouxe garrafão.
Nem vejo o chão,
as lágrimas tapam a visão,
só vejo mentalmente
o que tenho de esquecer
com velocidade.

Meu coração dança,
ele esconde-se no meu cérebro,
tudo cá dentro balança,
esqueço e logo lembro
do motivo da desorganização,
melhor dormir, melhor não cansar a multidão,
eu um dia saírei da prisão.

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