sábado, 3 de setembro de 2011

Demasiado

Já alguma vez pensaste em mim
enquanto olhavas o mar?
Eu já.
E já pensaste em mim
tanto que até esquecias de respirar?
Bem, eu já,
e preciso parar de pensar.
Preciso parar de sentir
a maior parte dos sentimentos,
preciso cair
e curar os ferimentos,
não me queria magoar,
mas sempre acontece,
talvez eu não saiba aproveitar
todo dia que para mim amanhece.

Nunca mais esperes algo de mim,
pois já não tenho nada para dar,
meu cérebro chegou ao seu fim
e na reserva não muito aguentará.

Aproveita para leres este poema,
fruto de uma mente doentia,
não perguntes porque tem este tema,
se o justificasse mentiria.
Não te quero ver cedo nem tarde.
Sim nunca mais, por isso viajo,
transformei-me em covarde,
e a tudo já nem reajo.
Creio que enlouqueci,
mas não quero ser internada,
não vou magoar ninguém
senão a mim mesma,
com estas recordações
que a alzheimer não me quer tirar,
são muitas emoções,
muita dificuldade em respirar,
muita falta de ti,
mas não te quero perto,
tenho de vencer só,
não na ponta da ponte,
mas na ponta do mundo,
e que ninguém me siga,
quero ouvir o ruído dos meus pés,
fazendo pegadas que sempre ficam
caso eu queira voltar contra as marés,
mas o pouco tempo que fico aqui, só,
na minha ponte privada,
é o suficiente para me dar força,
mesmo sem inalar pó.
Tenho a garganta irritada,
e toda eu está assim,
no entanto um pouco de solidão
é parte da minha solução.

Às vezes muita gente à volta sufoca,
preciso destes tempinhos,
não sei se estou louca,
mas se estiver não ligues,
é coisa passageira.
Querido blog, quando achares demasiado
rejeita-me, e não publiques
as coisas insignificantes
que me passam pela cabeça.
Conta-me os teus problemas,
posso basear-me neles se quiseres,
talvez surja algo melhor,
mais simpático,
mais animador.

Queria consolar quem aqui entrasse,
mas hoje só deu assim,
perderam seu tempo, também eu o meu,
tenho medo de as ideias me abandonarem,
e que já nada saiba escrever,
mas medo em breve não conhecerei,
pois estou esquecendo tudo,
por isso que tenho de escrever cada vez mais,
assim, enquanto souber ler,
relembrarei grandes e pequenos momentos.
Quem me dera que o dia tivesse infinitas horas,
mas para escolher melhor nem seria este,
seria um qualquer, um mais bem apresentado,
oh preciso parar,
já não é para mim.
Tentar pensar,
é demasiado.

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