domingo, 28 de agosto de 2011

Olhando

Corre!
Corre que eu vou atrás de ti.
Vamos para onde não há nada,
onde só há o ar,
e apenas eu para ti e tu para mim
e possamos correr sem parar
com os dedos ligados,
e os cabelos fugindo
por todos os lados,
no entanto nunca nos largando.

E finalmente nos cansamos,
e pude ver teu olhar sem preocupação,
no caminho não nos enganamos,
é este o sítio, é este o chão,
que quero deitar,
é esta folha que quero como lençol,
e teus lábios são o melhor
pequeno-almoço para eu tomar.
Teus olhos são a mais real miragem
que me olham sem outra paisagem
mais atractiva para pousar.
Não sabemos,
nem queremos voltar para trás.
O rio corre, aqui não se dorme, sonha-se acordado.
Não há pessoas más e temos
tempo suficiente para esquecer o passado.

Ficaria sempre te olhando
até meus olhos doerem,
mas está escurecendo,
vou olhar para o vazio onde eles estavam,
assim quando o sol nascer
estarei ainda os olhando.

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