sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Apenas desabafos necessarios..

A ironia da morte me convida a mentir,
convite aceite, sem precisar pedir,
medo de recuar, medo de falhar,
me aconselha a esquecer que existe um orgão que ama,
e um sorriso de alguém que me chama,
e o mártir sempre presente neste blog
é quase o meu único símbolo,
única inspiração,
única razão de estar aqui a partilhar com paredes
um sentimento que não sei do que se trata,
não sei se é de ferro ou lata.
Não sei como me vêm,
e não importa a opinião pessoal que querem tornar pública,
sei que sei não saber o que sabes de mim,
sei algumas coisas que com lágrimas aprendi.
Lembro as noites de insonia onde sonhei contigo
e as músicas que ouvi no teu silêncio
e no fim das contas não sei como fico,
mas confusa sei estar, e só me apetece gritar
viajar daqui, fugir,
é covardia mas resulta,
é ir a São Miguel e não ver as furnas,
é comprar óculos sem ir à consulta,
é tocar piano de punho fechado,
é cortar o vento com machado,
lembrando dos tempos de antes,
onde incerteza era um livro abandonado na estante,
cheio de pó, e nunca aberto,
e agora, por falta de livros melhores, abri.
Incerteza é melhor que certeza de estar na vida errada,
no mundo de todos, e não num so meu,
numa Terra retardada,
num humano museu,
onde ninguém serve para nada,
ninguem é como eu.
Vejo pela janela ambiente que conheço,
mas gostaria de esquecer,
e tocando as recordações olho alegria,
e procuro a razão da mundança radical
e sei que não sei o que passou,
em criança tudo era fácil,
não me lembro de estar tão mal,
não me lembro de escrever poema tao longo,
não me lembro de pôr a mão no fogo
desejando me queimar tanto.
Não consigo lembrar todos os promenores que vivi,
não consigo encontrar o log dos registos da minha vida,
mas lembro-me do dia antes de nascer,
estava sol e havia gente a tremer,
estava chuva mas havia gente sem roupa,
estava barulho mas eu dormia,
também sei que gritei,
não por alegria, nem por dor,
apenas para mostrar as cordas vocais,
apenas para fazer um mini-concerto grátis,
áqueles que merecem, os meus pais,
e o público que estava a mais não me prejudicou,
deve ter sido um dia inesquecível, mas esqueci, mas invento-o,
e sei que tenho imaginação suficiente para imaginar quem era vendo o que sou,
e claro tanta inspiração só vem ouvindo boa musica, e já fujindo das rimas,
mas nunca desiludindo os leitores, que aqui estão por acaso, ou porque me conhecem,
e sabem encontrar alguma coisa útil aqui, por vezes.
Se um dia eu deixar o mundo, aqueles que conhecem este blog, façam o favor
de divulgar, assim todos ficam a saber parte da vida de uma pessoa diferente,
alegre, triste, simpatica, raivosa, discreta e talentosa.
Não sei se amanhã vou concordar com isso,
mas fez-me muito bem escrever isto,
podem achar estúpido, sem nexo, nao importa,
agradeço a companhia que me fizeram, enquanto leram isto.

Dois pontos fecha parêntises.

Obrigado

3 comentários:

  1. "e não importa a opinião pessoal que queres tornar publica"

    Continua!

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  2. Amiga cada poesia que fazes dizes um pouco de seu momento e de você. Teus sentimentos estão muito arraigados na tristeza, teu coração bate por um amor não encontrado ou perdido. Colocas em suas poesias tudo o que sentes.

    Abraços.

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  3. A poesia é como a música, nós dizemos todo
    que sentimos.
    Este poema é muito forte, falas um pouco de
    de tudo sobre ti, como te sentes, as tuas opiniões sobre o mundo, alegrias, tristezas etc... Esta vida pode ser um pouco injusta
    mas existe um Deus e ele vai compençar-te um
    dia.
    Continua assim, acho que deves publicar um
    livro de poesia, já li muitos livros de poesia que não tem sentido para nada.

    Bunny

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