Ancorada ao passado
numa âncora só tua,
no fundo do oceano, com o coração cortado
lembro-me que fui uma
e agora sou apenas metade,
quase constituída por apenas saudade.
Prendeste-me involuntáriamente
e eu não quero sair da tua beira,
não te apercebes da minha prisão
e eu quis ser tua prisioneira.
Como dizer não?
Como seguir e esquecer o meu grande amor?
Devo ficar aqui imóvel ou tentar desenterrar-me?
E como recolher a âncora
se eu estou só e sem forças
neste oceano cheio de pedras brancas,
ferrugem, lodo, alucinações e lágrimas?
Não saio.
Não vivo agora.
Sofro sem cura.
Mas estou na melhor âncora.
Na melhor jura
de ficar para sempre aqui,
à espera da tua espera por mim.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
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Gostei muito deste poema ancorado num amor que não pode ser esquecido...
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.