Tudo.
Leva tudo.
Deixa-me assinar cheques em branco,
deixa-me dar-te o código dos cofres,
fica com tudo.
Nada serve,
nada consegue
senão irritar
com sua inutilidade.
Não esperes o dia das partilhas.
Aproveita tudo!
Eu acho que agora cada pequena coisa tem o seu encanto,
mas não tenho tempo de observar,
não tenho paz para me acalmar,
não tenho o que comprar,
nem que venda tudo o que tenha.
Enquanto uns se preocupam que roupa vestir
e que sombras colocar,
eu preocupo-me em se haverá ar suficiente hoje,
e em sintonizar a minha cara de simpática.
Podiam contratar-me para atriz,
não fosse eu tão memória fraca.
A febre infinita!
A escoliose fatal!
A ansiedade banal!
O clamor no deserto.
A lucidez que se atrofia!
A vida eu aperto
mas ela larga-me bruscamente.
Não há nada na minha mente,
eu já não consigo,
e eu já conseguia.
Não é preciso uma roupa nova,
afinal não há festa na cova,
e não tenham pena, finalmente vou descansar.
Ninguém quis tratar
porque não eram os seus,
senão tudo dariam.
Então agora recebam... os processos dos meus.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
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Deixa que a vida fale por si
ResponderEliminarUm poema que é um grito de protesto. Gostei mesmo.
ResponderEliminarUm beijo.