terça-feira, 25 de novembro de 2014

A praga

Até mesmo o algures tornou-se certo,
o alguém, específico,
o algo, único.

Mas sou dispensável para ti,
e sou dispensada sempre.
Insisto na esperança de algo mudar,
mas só aumento o teu grau de ódio.
Quando algo tão simples quanto agarrar algo se torna difícil
é sinal que já há pouco a fazer.
Os objetos fogem como tu de mim.
O esforço é sempre vão,
mas no teu caso, não existe operação.

E eu pude ver todas as árvores caírem em cima de mim,
rachadas por raios de raiva tua,
que outra razão haveria para os ver só em minha direção?
Impossível realizar o teu desejo,
impossível eliminar-me de ti,
sou a praga mais prolongada na tua vida,
não para envenenar,
mas amar.

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