quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Para isso me empenho

Estou à espera que o talvez vire sim,
e o não um talvez.
Mas talvez não.
Talvez nunca fique assim,
como eu talvez nunca te apague de mim.

Não sei o que é pior:
Não te ter,
ou não te poder esquecer.
E tanto, tanto eu lamento
o não ser forte,
o não ser insensível,
não ter o erguer a cabeça
e não olhar para trás.

Minha cara está constantemente virada para trás,
para o trás que tu me trazes
e lá me deixas, mas sem ti.
E sentir que passado e presente
nem te tive presente
faz doer os olhos.
E o futuro será também sem ti...

Eu já não encontro razões
pra dizer que preciso de ti,
mas não encontro os travões
que te deixarão distanciar de mim.

No meio do mato
saudades mato.
Lágrimas espanco com os dedos.
Sei todos os teus segredos
e dizê-los são meus medos.
Quero abraçar a ti...
sentir por um minuto que te tenho...
Para isso me empenho.

Conheces aquele deserto
onde só chove nos teus olhos
e os pés ardem com profundas queimaduras?
Moles, não duras,
como o coração onde perduras,
de lágrimas cristalizadas
à espera de um sol que as dilua.

Procuro o que ninguém procura,
procuro o que não existe.
Procuro curar a loucura
cuja cura não existe.

Eu sei...
Meu lugar é bem aqui,
no lixo, prisioneira dos ratos,
mas a ti segui
achando serem certos atos...

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