terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Um grande perigo

Dás presentes no presente,
ou guardas para dar no futuro
que não sabes se virá realmente?
Dás aquilo que tanto procuro,
ou ofereces apenas o que nunca quis comprar?
Dá-me parte do teu sorriso,
continuarias com um deslumbrante,
embora me faças feliz não o sei expressar.
Fábricas de sorrisos estão fechadas,
a crise não poupou nem esse importante,
como posso ter um grátis?
Peço amostras nas moradas erradas,
escavo nos solos duros e inférteis,
sem a ajuda de enchadas.
Durmo no chão de hoteis,
e nunca esqueço de estender um chapéu
na esperança que alguém me dê algo,
embora tudo o que derem já era meu,
mas foi há muito tempo roubado.

Como era sorrir?
algo impossível de controlar quando contigo,
felicidade transbordava mesmo a dormir,
agora só pesadelos me servem de abrigo.

Sozinhos não respiramos,
sozinhos nada conseguimos,
só poesias tontas que nem deciframos,
sabemos não terem sentido,
o meu poema tem o resto do significado no teu,
mas os nossos nunca se encontrarão,
a história fica sempre incógnita para ambos,
só sabemos que temos de escrever,
ou perdemos todo o consolo então.

Quando me vires a mim
saberás que tens de fugir.
Não me beijes, a história não é assim,
tens é de ir para longe,
tens de procurar, mas nunca encontrar.
Nem experimentes em vir ter comigo,
eu sou para ti um grande perigo.

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