segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A chuva é tua

Tens provas suficientes
de que os nossos momentos foram bonitos,
nós eramos bem diferentes,
mesmo assim nunca andamos aos gritos.

Eu consigo ainda ver tua mão
acenando o ar
e eu ainda a pensar
ser na minha direcção,
correspondi.
Mas aí deste por mim
e acenaste de novo,
pensaste que te conhecia,
falamos, eras demasiado lindo,
falamos o caminho todo
sem dar conta dos pés cansados,
indo e vindo, já repetindo
o mesmo chão e os mesmos cerrados,
mas tudo era novo,
nós nem olhavamos para os lados,
estavamos em nós interessados,
tua voz era tímida mas descontraída,
teu cabelo ondulado fez parte da minha vida,
eu pouco falava, queria te ouvir,
era tarde, demasiado tarde nesse dia,
era vergonhoso pensar na hora,
o sono não o vi nem queria,
mas tu tinhas e despedimo-nos.

Fui para casa a pé,
cheguei pela manhã,
mas sem cansaço, isto o que é?
Ainda sem saber se te veria
ao voltar ao nosso lugar,
fiz a mala e parti.
Não disse adeus, não deixei recado.
Não dava para andar devagar,
quando te vi até deu para chorar,
recebi um abraço.
Estarias pensando em mim no momento anterior?
Sendo ou não assim cresceu amor,
e todos teus gestos gosto de observar,
desde o simples dormir ao teu bocejar,
dizem tanto sobre ti
que nem precisava conhecer-te,
como naquele dia que deixei tudo
sem saber se era correcto,
era nova, era pequena,
mas teu olhar recto
me disse valer a pena,
dicidi minha vida num minuto,
sem saber se teria tecto
nem companhia, mas realmente aprecio solidão,
acompanhada não há tanta inspiração,
mas a teu lado fiz grandes poemas,
grandes histórias escritas apenas
para não esquecer como te amo.

Desde aquele dia sempre choveu,
chuva forte, como aprecias,
sei bem que sempre dizias
apreciar esta àgua pura
pela janela, e era mesmo toda tua,
teus olhos viam cada gota,
brilhavam mais do que ao olhar-me,
sou tonta,
penso que só por abandonar tudo
tenho direito a tudo receber,
a chuva é linda sim,
é tua grande paixão,
mas olha para mim!
Amo-te, a chuva não.

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