quarta-feira, 23 de março de 2011

Palhaçada

Todas as músicas tristes são benvindas,
todas as pessoas são dispensadas,
deixem-me com as insónias,
deixem-me rompendo almofadas,
deixem-me andar no meio das estradas,
mas apenas em horas muito movimentadas,
deixem tocar as belas baladas,
calem os passeios, calem as calçadas,
quero ouvir a chuvarada,
ouvir vozes cortadas,
planear-te emboscadas,
oferecer-te lágrimas embrulhadas.
Hoje não subirei escadas,
não abrirei janelas,
não darei facadas,
nem soltarei gargalhadas.
Tocarei todas as geadas,
lançarei todas as granadas,
de tristeza envenenadas,
dormirei no fim da madrugada,
gastarei amanhã toda a mesada,
não me serve de nada,
se não sei tua morada,
não sei como te dar pancada
sem a consciência ficar pesada,
devo ser uma estrela pescada
por algum velho em que dei uma dentada.
Hoje não estou para piada,
ouço o galo cantar sua cantiga picada,
também se ouve minha aurícula quebrada,
sinto que ainda não fui testada,
não sei se estou avariada,
meu coração sabe a salada,
meu cérebro pesa 1 tonelada,
não sei de onde fui tirada,
só se de um raio de trovoada.
Pronto Verânia, já basta de palhaçada.

1 comentário:

  1. achei tão giro, o que parecia um poema melancolico acabou por tornar-se em riso no fim :p
    mt bom.

    (não consigo falar cnt pelo msn, mete-te online)

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