segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Fraca

Mais uma vez o blog pareceu abandonado,

mas ainda não morri, aliás deve ser bom sinal ele ficar parado,

andar longe da ponte é meu objetivo,

mas parece que ainda tenho um lugar cativo.

 

Lembram-se de quando a bateria ficava fraca

e em vez de carregarmos substituíamos as pilhas?

Ontem lembrei-me dessa palavra: Fraca.

E dei por mim a chorar por uma pilha fraca,

coisa que antes eu deitava fora sem pestanejar.

Ainda haviam as tretas de rolar na mão para aquecer e voltar a colocar.

Mas já deu o que tinha a dar.

Morreu. Aceita que dói menos.

Não irá ressuscitar.

Isso é só para as recarregáveis.

Eu tenho essa vantagem, eu sou recarregável.

E isto está longe de ser o fim. 

Pilhas alcalinas nunca mais.

Na melhor parte da música são fatais.


Escolheu despedir-se de mim e de tudo,

não por morte, mas por fraqueza,

deixando atrás luto 

e uma grande tristeza.

Mas eu vou recarregar,

agora até nem fio é preciso,

precisamos é de ter juízo.

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