quinta-feira, 9 de maio de 2019

A morada é a mesma.

Trás a noite,
que ela esqueceu-se de surgir.
Ela esperou por ti.
Teimaste em não vir...

Já está assim por alguns meses.
O sol está gasto,
como o cérebro, que pouco descansa.
Faz da vida uma dança
emparelhada com as trevas internas,
que são as que aparecem.
E o excesso de luz exterior,
mesmo em pleno dia soalheiro, as arrefecem.

Não há calor que me aqueça.
Estás longe,
e assim dificultas a minha circulação.
Não há ninguém que me mereça,
então insistem em vão.
Só espero por ti
e pela tua escuridão.

A morada é a mesma.
Ainda te lembras, não é verdade?
Vem logo que possas,
e diz-me quando vens à cidade.
Para que eu possa contar cada dia,
como um prisioneiro esperançoso da liberdade.

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