quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Escrevo

Escrevo cartas às andorinhas.
Elas não vão responder,
mas assim sei porquê.

Escrevo depois um postal às galinhas.
Elas não vão responder,
mas assim sei porquê.

E depois, porque não,
um email a todos os chacais?
Sim, não responderão,
mas saberei porquê.

Ah e não posso esquecer,
um telegrama urgente aos pardais,
sem obter resposta,
mas sabendo porquê.

Talvez seja indiferente,
mas para mim é diferente.

Cada dia que pensei
foi queimado,
tudo é igual.
Cada dia que gastei
foi esfumado,
mas ainda sem final.

Ninguém pode.
Ninguém sabe como.
E se não há solução, eu grito.
Grito todos os dias, mesmo.
Mas inaudívelmente.

Sei que o amor não leva em conta o dano (1 cor 13:5 )
Mas também não devia levar a fazer o dano.

Ponte,
põe-te no meu lugar.
É fácil,
afinal ambas estamos podres
e suspensas.

Verânia que estás fazendo?
Estou escrevendo,
não é grande cura,
mas ponho em ordem as ideias.

Tremendo de frio
e de ansiedade,
mergulho nas águas geladas,
estas nunca deixam de molhar.
Escrevo nelas
com as minhas pequenas lágrimas.
Escrevo, porque acho que no resto
levo sempre negativas.

2 comentários:

  1. Bom dia Verânia!
    Hoje no Brasil é feriado nacional!
    Tenho tempo de sobra para ler e escrever.
    Ler os seus escritos é sempre motivo para aprender e apreciar o seu estilo marcante.
    Um abraço.

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  2. Gostei do poema, é bonito, sonante, mas sofrido.
    Não devias desanimar com as circunstâncias da vida, um dia tudo ficará melhor.
    Que a esperança e a alegria te invadam a vida!

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