terça-feira, 26 de julho de 2011

Talvez tu a menos

Era uma vez... Uma vez?! Mil vezes!
Eram mil vezes uma jovem
que contava os meses
que lhe restavam de vida,
e percebeu que já não envelhecia,
aparentava ter ainda idade adolescente,
mas não sabe se isso a deixava contente,
a verdade é que raros são os momentos
em que estamos satisfeitos.
E essa jovem teve sonhos,
mas no presente já nem sabe o que sonha,
ela precisa de bofetadas,
e ela as tem levado,
também precisa de pancadas,
e todos lhe têm dado,
portanto não precisa de mais nada.

Aqueço a tristeza,
a fim dela não desafinar,
é boa amiga a pequena,
um olhar vazio é o que estou a carregar,
a medicação me alucina,
a não-medicação me agoniza,
já nem sei pensar,
raciocinar, memorizar,
escapou-me, esqueci!
Quero tudo enfrentar,
já que tudo me enfrenta,
mas onde está minha energia?
Motivação?
Hoje vagueio por uma via com sentido único: a solidão.

Falei com a tua recordação,
a fim de recordar o que passamos,
mas ela não me entendeu,
onde está o sorriso que compramos?
Porque em tudo o que dizes acredito eu?
Oh quero adormecer,
esquecer ainda mais.

Voluntários para me dar amnésia?

Os dias passam, cada vez me esqueço mais,
as coisas relembráveis já não as sei,
e as que disse serem inesquecíveis
já nem sei do que se tratam.
Queijo a mais?
Lol, não.
Talvez tu a menos.

Sem comentários:

Enviar um comentário