quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Ela

Ela saltou para o poço,
para não ouvir as ofensas.

Ela cortou os pulsos
mas ela só queria cortar os problemas.

Ela tomou todos os calmantes
mas ela só queria a vida que tinha antes.

Quando o veneno fez efeito
ela deu um término à vida.
Segundos depois já não o queria ter feito,
mas era para fugir duma dívida.

Ela fez um nó e derrubou a cadeira.
O chão com os pés procurou,
o rebentar da corda esperou.
Ela queria arranjar outra maneira,
mas a falta de amigos e família não ajudou,
e a corda era forte, ela própria comprou.

Chamavam-na louca,
mas a depressão não fora curada,
a loucura era pouca
ela estava era esgotada.

O nosso currículo vitae da vida
nem sempre fica
com as experiências que desejávamos,
mas se formos sinceros não as apagamos.
E se sobrevivemos a isso somos grandes.

Fique atento à sua volta,
há pedidos de socorro
mais subtis que muitas serpentes.
Existem pensamentos à solta,
inimigos da nossa mente.

Vidas podem ser salvas com um abraço, um sorriso.

Preocupe-se, ouça e aconselhe.
É sempre preciso.

3 comentários:

  1. Um poema que faz pensar…
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  2. Olá Verânia, td bem?
    Um poema triste, porém extremamente atual que aborda o suicídio por causa da depressão. Temos que perceber quando um parente, amigo ou conhecido não está bem, procurar ajudar, dar carinho e atenção. Muitas vezes é só disso que elas precisam pra seguirem em frente. Linda poesia! Tenha um ótimo fds!
    Bjs

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